Play Previews (1:30) | PLAY | Preço | |
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01 By The Latest Facts
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0.90€ | ||
02 Ex-Piano Player
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0.90€ | ||
03 Putz Daddy Oh
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0.90€ | ||
04 Stood Up
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0.90€ | ||
05 Polygraph Test
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0.90€ | ||
06 The Day Taylor Swift Became Legit
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0.90€ | ||
07 Munchies
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0.90€ | ||
08 Give Me A Break
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0.90€ | ||
09 Blame It On Other People
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0.90€ | ||
10 The Shithole Countries
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0.90€ | ||
11 Over The Lagoon
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0.90€ | ||
12 Mortified
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0.90€ | ||
13 Enough About Me
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0.90€ | ||
14 Apocalypse Later
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0.90€ |
PZ está a celebrar 20 anos de carreira, mas não há tempo para festas—o fim do mundo continua a ser o grande tema. Desde Anticorpos (2005), tem espalhado grooves marados, ironia fina e reflexões absurdas que, no fundo, fazem todo o sentido. Agora, com Apocalypse Later, troca os sintetizadores pelas guitarras e deixa o seu alter-ego Joe Zé ao volante. O rock toma conta do recado, e a eletrónica vai para o banco de trás.
Se O Fim do Mundo em Cuecas (2024) foi um aperitivo para o colapso global, Apocalypse Later carrega na distorção e mostra que a desgraça pode ser compreendida por mais gente—desta vez, em inglês. É a primeira vez que PZ canta exclusivamente noutra língua, mas o sarcasmo, a crítica social e os refrões viciantes continuam intactos.
O mundo parece cada vez mais à beira do abismo, e PZ afia a ironia como arma da transparência. Entre guerras, crise climática e líderes a brincar com o caos, a humanidade está a viver um plot twist escrito por alguém sem noção. É aí que entram faixas como Blame It on Other People, The Shithole Countries e Apocalypse Later—três temas que deitam sal na ferida de uma realidade cada vez mais distorcida. O primeiro, um hino punk-rock perfeito para uma sociedade onde a culpa é sempre dos outros e ninguém assume responsabilidades, e que chega acompanhado por um videoclipe que faz deste single o cartão de visita do álbum. O segundo, uma sátira mordaz à falta de decência e empatia de uma visão política que transforma países desfavorecidos em slogans de campanha, reduzindo vidas humanas a meras palavras de efeito corrosivo. O terceiro, um grito sarcástico que resume a atitude coletiva perante o apocalipse: "Deixa andar, lidamos com isso depois"—se ainda houver um depois. O dedo aponta-se, a culpa roda, e a instabilidade cresce—mas a música não deixa passar nada em branco.
Como sempre, PZ fez tudo do zero—escreveu as letras, cantou, tocou guitarra, baixo, teclas e programou as baterias. Se antes fazia tudo de pijama, agora veste o casaco de cabedal e entra de rompante no rock. Uma obra feita à sua medida, entre a distorção e o sarcasmo pontuado por momentos de epifania apocalíptica.
Depois dos temas The Day Taylor Swift Became Legit e The Shithole Countries, este novo disco marca uma viragem na sua música. Mas, 20 anos depois, a essência mantém-se: melodias viciantes, sarcasmo bem afiado e uma visão do mundo sempre entre o absurdo e o real.
Então, já é tempo de entrar em pânico? Meh, o apocalipse pode esperar.